108 Soundtrack
Soundtrack pretende ensaiar uma modalidade de descoberta do sentido da paisagem urbana e do espaço público a partir da sua experiência audio-visual. Como nos filmes de Tarkovsky ou de Antonioni em que a narrativa “fraca”, baseada na improvisação, cria uma distância intencional entre a imagem e a história com o objectivo de enfraquecer a lógica da narrativa, gerando um campo associativo de imagens que suscita fortes interpretações pessoais.
O mesmo pode acontecer na cidade através da aplicação de estratégias subtis que, sem alterar fisicamente o espaço público, sugiram ao utilizador um novo olhar, difuso, envolvido, para que este deixe de ser um elemento exterior ao evento narrativo (neste caso experiência audio-visual de cidade) e se torne participante, aceitando uma responsabilidade moral na progressão dos eventos.
Para isso constrói-se um auditório do silêncio, onde qualquer pessoa pode observar a cidade e ouvir a sua consciência, ou mais concretamente o som do seu coração a tornar-se coração deste lugar. Dentro prenuncia-se a exibição de um filme mudo com uma banda sonora original, composta e tocada ao vivo. Fora nada é anunciado. Acontece a surpresa em ambos espaços, a vida e o que a compõe, e é essa perplexidade que despoleta o processo criativo de apropriação do lugar.
“Aqui nasceu Portugal” – Como pode acontecer uma intervenção urbana em Guimarães de tal modo que surja uma abertura para o mundo, para a realidade tal como ela é, que permita a cada pessoa criar um outro mundo (a sua realidade) a partir dela (e não apesar dela)? Como redesenhar ligações de afecto com o mundo que nos rodeia?
Diogo Teixeira
localização guimarães
projeto 2012
cliente guimarães 2012 capital europeia da cultura
conceção e direção artística diogo teixeira, expoente/a cidade e as terras
design de instalação diogo teixeira com josé adrião arquitectos
consultoria técnica plux wireless biosignals
produção a oficina
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