151 Cruz Quebrada

A casa situa-se num dos únicos lotes disponíveis num bairro de moradias unifamiliares, no Alto da Cruz Quebrada em Oeiras.
As condições geológicas do terreno em solos instáveis de aterro fizeram com que o lote – pelas suas difíceis condições de edificabilidade – se mantivesse por construir durante décadas, apesar da sua excelente localização e das magníficas vistas sobre a foz e a paisagem a sul do rio Tejo.
Como estratégia de projeto definiu-se que o processo devia ter o seu início com uma cuidada verificação das caraterísticas do terreno existente e esclarecer que tipo de estrutura resolveria da forma mais eficaz, ao nível construtivo e económico, a edificação.
Criou-se um sistema porticado  de betão, com uma modelação constante, apoiado em estacas sobre o leito rochoso do subsolo com a profundidade de 10 metros que vencem os instáveis aterros.
A casa definiu-se a partir da sua localização e da sua estrutura.
Como ideia de projeto proposta pela cliente a casa deveria conter um ambiente luminoso, ter grandes vãos e espaços o mais amplos possível com o mínimo de divisões entre si. A sua expressão matérica deveria ser o “concreto”, referenciado nas casas do Brasil onde viveu durante grande parte da sua vida.
De modo a conseguir o máximo de privacidade e proteção ao ruído, a casa fechou-se à estrada a norte. A fachada murada e o jardim proposto que sobe por ela, definem este limite do lote.
A sul foi criado um grande alpendre que serve indistintamente todos os espaços do piso térreo da casa em toda a sua extensão: zona de acesso, cozinha, áreas de refeições e estar e um quarto. O alpendre é o espaço principal da casa e prolonga os espaços interiores para uma larga e comprida sala exterior.
No piso inferior situam-se dois quartos complementares e as zonas técnicas de lavandaria e arrumos.
Na cobertura criou-se uma zona de estar de terraço, com um pequeno tanque para banhos e duche, tirando o máximo partido das condições da exposição solar e das vistas sobre a paisagem a sul.