O edifício residencial em Alvalade, Lisboa, foi projetado em 1951 no âmbito do Plano de Urbanização do Bairro de Alvalade, da autoria do arquiteto Faria da Costa.  Este plano, de caráter maioritariamente habitacional, integrou a expansão da cidade nos anos 40 do século XX.

A rua Eduardo Noronha pertence à Célula IV do Plano de Urbanização, composta por 403 moradias unifamiliares económicas, isoladas ou geminadas, distribuídas por nove tipologias definidas segundo a arquitetura do Estado Novo.

O edifício original, que era constituído por duas moradias geminadas autónomas, sofreu alterações ao longo do tempo. Em 1984, foi adicionado um segundo piso amansardado, e em 1997, com a instalação da Liga de Bombeiros Portugueses, houve uma nova alteração que levou à união das duas moradias geminadas. Estas modificações descaracterizaram a construção, comprometendo a simetria, a estrutura e a sua coerência com os princípios do Plano do Bairro de Alvalade.

O projeto atual propôs a requalificação do edifício, respeitando a identidade do conjunto urbano, repondo a tipologia de moradias geminadas.

A nova construção procura tornar coesas as sucessivas alterações realizadas no edifício ao longo das décadas, recuperando a simetria e o enquadramento urbano do projeto inicial.

De modo a potenciar a relação do edifício com o jardim foi criada uma estrutura leve em aço que se desdobra em guardas, prumos e pérgulas e que servirá de suporte ao crescimento de trepadeiras.